sexta-feira, 23 de março de 2018

TODOS QUEREM SABER COMO SER MAIS FELIZES



Dia 20 de Março assinalou-se o Dia Mundial da Felicidade, algo que todo o ser humano procura e aspira de forma inata, procurando aproximar-se de fontes de prazer e bem-estar e afastar-se de fontes de sofrimento e dor. Até aqui, parece algo unânime e nada de novo, bem como o facto do conceito de felicidade ser individual e subjectivo, mas o que vem na realidade a ser a felicidade, que tipo de felicidade procuro e de que forma se correlaciona com a psicologia, em particular com a psicologia positiva? É o que irei procurar explicar nos próximos parágrafos.
Segundo a teoria de felicidade autêntica, a felicidade é resultante de três diferentes elementos que são: a emoção positiva, o envolvimento e o significado.

A emoção positiva, consiste naquilo em que literalmente sentimos, por exemplo, as sensações de prazer, energia, paz, entre outras. O envolvimento ou flow, consiste nos estados em que não sentimos “nada”, isto é, quando a pessoa se encontra completamente absorvida ou fluindo numa actividade agradável, de tal modo que por vezes, não se dá pelo tempo passar. Por último, o significado reside no facto do ser humano ter essa necessidade e propósito de forma inevitável. Deste modo o significado pode ser, por uma questão de fé, por uma ideologia, por uma causa ou pelo sentido de pertença a algo por exemplo.

Que tipo de felicidade procuro e como a procuro?

Segundo Tal Ben Shahar, a nossa personalidade influencia as estratégias e o nosso comportamento na procura da felicidade.
Por isso existem quatro tipos de estratégias comportamentais diferentes para o alcance da felicidade: o hedonista, o niilista, o competitivo e o feliz.
No caso do hedonista, são aquele tipo de pessoas que procuram a felicidade imediata, não tendo em conta experiências que possam gerar consequências negativas a curto ou longo prazo. Procuram o prazer imediato, a agitação e a futilidade, caindo muitas das vezes na monotonia. O competitivo, é fruto das sociedades competitivas, desiguais e injustas que vivemos actualmente, são geralmente pessoas perfeccionistas, trabalham bastante e dedicam-se muito às carreiras, adiando e sacrificando o seu prazer no presente e acreditando com optimismo que a recompensa e a felicidade chegará no futuro. Quanto ao niilista, são pessoas que desistiram de encontrar o sentido e o significado da vida, devido aos fracassos que tiveram na vida e por isso também não têm esperança num futuro melhor. Por último, o feliz procura a felicidade no presente e no futuro, atendendo as necessidades profissionais e familiares, concilia o tipo hedonista que procura apenas o prazer imediato com o tipo competitivo, não negando momentos de prazer desde que estes não tragam consequências negativas para o futuro.
E como se relaciona a psicologia positiva com a felicidade?

A psicologia positiva surgiu no final da década de 90 por Martin Seligman, dando início ao movimento denominado de Psicologia Positiva.
Seligman defende o bem-estar como o tópico central da Psicologia Positiva e não a felicidade.
Para a Psicologia positiva ao contrário da felicidade que pode ser medida e operacionalizada, o bem-estar não é mensurável, mas existem vários elementos que contribuem para ele.
Deste modo, Seligman propõe uma teoria do bem-estar assente e representada por 5 elementos, todos eles com três propriedades em si mesmo: a) contribuir para o bem-estar, b) ser desejado por muitas pessoas pelo seu valor intrínseco e c) ser medido de forma independente e exclusiva dos outros elementos.

Na teoria do bem-estar, também conhecido como modelo PERMA existem então 5 elementos essenciais para experienciar o bem-estar:
P (Emoções Positivas) – experienciar o bem-estar e a felicidade engloba vivenciar emoções positivas;
E (Envolvimento ou flow) - estado de concentração e envolvimento na tarefa e actividade prazeirosa;
R (Relacionamentos positivos) – sendo seres sociais a manutenção de relações positivas é um elemento crucial para o nosso bem-estar e felicidade;
M (Significado) – independentemente do carácter subjectivo, todos nós ao encontrarmos o sentido e significado na nossa vida, beneficiamos de um maior bem-estar, felicidade e florescimento pessoal;
A (Realização pessoal) – alcance de objectivos e metas.
Em suma, importa ainda referir que a Psicologia Positiva não descura o sofrimento e a dor, contudo procura focar-se nos pontos fortes do indivíduo que visem o seu florescimento.


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