Dia 20 de
Março assinalou-se o Dia Mundial da Felicidade, algo que todo o ser humano
procura e aspira de forma inata, procurando aproximar-se de fontes de prazer e
bem-estar e afastar-se de fontes de sofrimento e dor. Até aqui, parece algo
unânime e nada de novo, bem como o facto do conceito de felicidade ser
individual e subjectivo, mas o que vem na realidade a ser a felicidade, que
tipo de felicidade procuro e de que forma se correlaciona com a psicologia, em
particular com a psicologia positiva? É o que irei procurar explicar nos
próximos parágrafos.
Segundo a teoria de felicidade autêntica, a
felicidade é resultante de três diferentes elementos que são: a emoção positiva, o envolvimento e o significado.
A emoção positiva, consiste naquilo em que
literalmente sentimos, por exemplo, as sensações de prazer, energia, paz, entre
outras. O envolvimento ou flow, consiste nos
estados em que não sentimos “nada”, isto é,
quando a pessoa se encontra completamente absorvida ou fluindo numa actividade
agradável, de tal modo que por vezes, não se dá pelo tempo passar. Por último,
o significado reside no facto do ser humano ter essa necessidade e propósito de
forma inevitável. Deste modo o significado pode ser, por uma questão de fé, por
uma ideologia, por uma causa ou pelo sentido de pertença a algo por exemplo.
Que tipo de felicidade procuro e como a procuro?
Segundo
Tal Ben Shahar, a nossa personalidade influencia as estratégias e o nosso
comportamento na procura da felicidade.
Por isso
existem quatro tipos de estratégias comportamentais diferentes para o alcance
da felicidade: o hedonista, o niilista, o competitivo e o feliz.
No caso
do hedonista, são aquele tipo de pessoas que procuram a felicidade imediata,
não tendo em conta experiências que possam gerar consequências negativas a
curto ou longo prazo. Procuram o prazer imediato, a agitação e a futilidade,
caindo muitas das vezes na monotonia. O competitivo, é fruto das sociedades competitivas,
desiguais e injustas que vivemos actualmente, são geralmente pessoas
perfeccionistas, trabalham bastante e dedicam-se muito às carreiras, adiando e
sacrificando o seu prazer no presente e acreditando com optimismo que a
recompensa e a felicidade chegará no futuro. Quanto ao niilista, são pessoas
que desistiram de encontrar o sentido e o significado da vida, devido aos
fracassos que tiveram na vida e por isso também não têm esperança num futuro
melhor. Por último, o feliz procura a felicidade no presente e no futuro,
atendendo as necessidades profissionais e familiares, concilia o tipo hedonista
que procura apenas o prazer imediato com o tipo competitivo, não negando
momentos de prazer desde que estes não tragam consequências negativas para o futuro.
E como se relaciona a psicologia positiva com a
felicidade?
A
psicologia positiva surgiu no final da década de 90 por Martin Seligman, dando
início ao movimento denominado de Psicologia Positiva.
Seligman
defende o bem-estar como o tópico central da Psicologia Positiva e não a
felicidade.
Para a
Psicologia positiva ao contrário da felicidade que pode ser medida e
operacionalizada, o bem-estar não é mensurável, mas existem vários elementos
que contribuem para ele.
Deste modo, Seligman propõe uma teoria do bem-estar assente e representada por 5
elementos, todos eles com três propriedades em si mesmo: a) contribuir para o bem-estar, b) ser desejado por muitas pessoas
pelo seu valor intrínseco e c) ser medido de forma independente e exclusiva dos
outros elementos.
Na teoria do bem-estar,
também conhecido como modelo PERMA existem
então 5 elementos essenciais para experienciar o bem-estar:
P (Emoções Positivas) – experienciar o bem-estar e a
felicidade engloba vivenciar emoções positivas;
E (Envolvimento ou flow) - estado de concentração e
envolvimento na tarefa e actividade prazeirosa;
R (Relacionamentos positivos) – sendo seres sociais a
manutenção de relações positivas é um elemento crucial para o nosso bem-estar e
felicidade;
M (Significado) – independentemente do carácter subjectivo,
todos nós ao encontrarmos o sentido e significado na nossa vida, beneficiamos
de um maior bem-estar, felicidade e florescimento pessoal;
A (Realização pessoal) – alcance de objectivos e
metas.
Em suma,
importa ainda referir que a Psicologia Positiva não descura o sofrimento e a
dor, contudo procura focar-se nos pontos fortes do indivíduo que visem o seu
florescimento.
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