sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Conto de fadas real: "Cinderela" mulheres que se vitimizam e se ressentem


Para Jung o termo Complexo indica uma estrutura psíquica dotada de forte carga afetiva e que todos nós temos. Isso quer dizer, que uma simples palavra ou gesto, pode atingir uma ferida e trazer à tona um complexo, ou seja, algo com muito afeto, e “todo afeto nos afeta.” O complexo pode ser ativado automaticamente pela impulsividade e imediatismo, portanto, pela falta de reflexão. 
Todo mundo conhece aquela história da empregada que casa com o patrão não é mesmo?
Cinderela é uma personagem também conhecida como a gata borralheira que foi imortalizada pelo conto Infantil. Aquela da fada madrinha... lembrou?
Pois é todas nós temos um pouquinho de Cinderela dentro de nós.As mulheres ainda são criadas para acreditar que existe alguém mais forte para protegê-la da madrasta má. Você acredita em soluções mágicas? Fada madrinha?Metade da laranja?Princípe encantado? Rainha do lar?
Cinderela ficou orfã e após a morte de seu pai foi rebaixada para empregada da casa, cuidando de todos os afazeres domésticos e das meias-irmãs e da madrasta que estava desfrutando bem de toda herança de seu pai.Cinderela era boazinha demais para reclamar.
Cinderela é uma vítima. Ô CUITADA !
Não sabe se colocar nas situações sociais.Precisa de um salvador que reconheça seu valor, que ninguém mais vê.
 A maior parte das mulheres cai nesse complexo em duas situações, na infância e adolescência , quando complete com os irmãos por atenção se sentindo rejeitada em relação aos outros, fazendo de tudo para ser "a filha boa".Menina prendada do papai, conhece?Então...
E também quando ocorre o casamento, onde ela acaba se colocando na situação de empregada da casa, mesmo que ninguém peça. O complexo é forte demais e se ressente por isso tá?Geralmente isso se reflete num profundo incômodo com o masculino que não a Salva.
No livro Complexo de Cinderela, publicado em 1981, a autora Collete Dowling, fala profundamente sobre o assunto e da melhor maneira, a partir de suas próprias experiências com o embotamento de sua carreira e vida após o casamento e como percebeu o processo,pesquisou profundamente o tema entrevistando muitas mulheres sobre o assunto.
 O Complexo de Cinderela é uma rede de atitudes muito reprimidas e medos que causa às mulheres negarem suas próprias habilidades. As mulheres hoje estão esperando por algo externo para transformar suas vidas, como a heroína extremamente passiva do conto-de-fada Cinderela. A tese desse livro é que todas as mulheres tem uma necessidade psicológica de serem dependentes. Não importa quão inteligente, bem-sucedida ou sofisticada ela é, toda mulher quer ser salva da privação real ou imaginária. 
O Medo há muito tempo é considerado um componente natural do sexo feminino. Há anos psicólogos sabem que as mulheres tem uma necessidade muito mais intensa por aprovação externa e aceitação dos homens. As meninas são ensinadas desde pequenas que ela devem ter proteção para sobreviverem. Meninos são treinados para serem independentes. Homens são ensinados a serem mais extrovertidos, correrem riscos e serem agressivos. Meninas são encorajadas a serem passivas, para evitar conflitos e serem submissa àqueles que detêm autoridade. Dependência se alimenta nela mesma. Se tudo que ela quer é segurança, ela se contenta com uma vida pequena e chata. Independência não é algo a ser tirado dos outros; deve ser desenvolvido a partir de si mesmo.

Complexo de Cinderela é a ambivalência entre a independência e a necessidade de ser amada. É como se as duas necessidades não pudessem existir, surgindo o conflito entre uma e outra. É a dependência emocional, ou seja, o desejo inconsciente de obter cuidados de outra pessoa (necessidade de dependência) e o medo da independência, de ficar sozinha.

Complexo de Cinderela é um conjunto de desejos reprimidos, memórias e atitudes distorcidas que se iniciam na infância, na crença da menina de que sempre haverá uma outra pessoa mais forte para protegê-la. Fomos criadas para depender de um homem e ficarmos apavoradas sem ele. Esta crença vai se solidificando, formando raízes, mantendo na mulher adulta um sentimento de incapacidade e inferioridade, que dificulta a consciência de suas mais profundas necessidades e desejos, pois inconscientemente os sabota e assim, permanece dependente.
Ao mesmo tempo em que desejamos nos libertarmos, também desejamos a salvação. Como Cinderela, as mulheres ainda esperam por algo ou alguém externo, que venha transformar suas vidas, ou seja, que venha salvá-las, como se fossem incapazes de salvar a si mesmas. O conflito existe entre o profundo desejo de ser protegida e cuidada, e sua necessidade em ter sua liberdade conquistada. Por exemplo, mulheres que desejam o divórcio, mas não têm coragem de pedi-lo. E muitas ignoram o que sentem e desejam, apesar dos sinais de sofrimento por conflitos internos profundos, mantendo a dependência, ainda que sofram por isso.

Pelo medo de enfrentar o fato de ser capaz de sustentar-se sozinha, não percebe que o comodismo é tudo, menos sinal de dignidade, impedindo assim seu próprio crescimento. É como se estivesse sempre duvidando de si mesma.

Mesmo com toda a mudança que vem ocorrendo ao longo dos anos, muitas mulheres continuam a desperdiçar seus talentos e potenciais, mantendo-se dependentes de alguém. Romper com uma estrutura de anos, reavaliar crenças, nem sempre é fácil para algumas mulheres. Apesar da mulher ter conquistado muitos espaços, algumas ainda se sentem sobrecarregadas, ou mesmo exploradas com tantas responsabilidades em suas costas, mas nada fazem para mudar.

O mais indicado é confrontar com a verdade, ou seja, identificar os sentimentos, encarar o conflito e assim, reconhecer o desejo de ser protegida e cuidada, mas reconhecendo ainda mais sua força e consciência do que é realmente capaz de realizar. Mesmo as mulheres que dizem sentir-se bem cuidando de si mesma, justificando que não precisam de ninguém, podem apenas estar mascarando seus mais profundos sentimentos. Afinal, quem não deseja que alguém cuide de nós? Quem não deseja colo? Ou seja, todas nós somos um pouco Cinderela. Mas nem por isso devemos permitir abrir mão de nossos sonhos, por mais esquecidos que estejam.

No repertório dos florais de Lara, criados por Berenice de Lara aqui no Brasil nós contamos com uma fórmula baseada nesta história para nos auxiliar no trabalho

Para quem se submete aos outros, mas acaba manipulando as situações também, nem que seja pela chantagem emocional. Complexo de inferioridade/superioridade. Conflito entre irmãos.
. Eu me submeto aos outros? O que espero disto?
. Eu manipulo as situações para obter vantagens?
. Permite a flexibilidade nas atitudes, sem submissão.
. Rivalidade entre irmãos ou meio- irmãos
. Ressentimento oculto
. Complexo de inferioridade/superioridade, porque ambos são os dois lados da mesma moeda. Quem se sente realmente confiante, não precisa desenvolver posturas de superioridade
. Contar com o apoio espiritual para conseguir mudar seu modo de ser

Bruna de Campos
terapeuta florais de Lara  e psicanalista
bruna.mudita@gmail.com
19 981941686

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